Seminário Encontros Água!nabara: Território Urca – MESA 4: Paisagens sonoras: o território para os ouvintes

Na ancestral tradição oral de transmissão de conhecimento, a “magia” só acontece porque esse processo é impossível de ser realizado de forma solitária. Só existe conhecimento transmitido se houver a escuta.

Existem sons, porém, que os seres humanos não são capazes de ouvir – o que não significa que não existam. E é tanto o som ao redor, que parece impossível que algo não seja escutado. E é tanto som ao redor, que já nem se dá tanta atenção assim ao que é ouvido.

Lembra da máxima “quem conta um conto aumenta um ponto” ?  Será que quem aumenta o ponto é quem conta ou quem ouve?  Ouvir é algo intuitivo ou se aprende?  Ou se aprimora?  Quanto de silêncio é preciso para que o som ao redor alcance sua potência máxima? 

Em torno de indagações como essas, pesquisas foram realizadas por pessoas de diferentes formações como o professor Giuliano Obici, a produtora de áudio Selena Shannon (Austrália), o desenvolvedor de plataformas Udo Noll (Alemanha) e a artista Vivian Caccuri.

O resultado, soa mais plástico do que científico – dentro do que estamos acostumados a entender (ouvir) como científico.  Juntos, esses pesquisadores construíram Paisagens Sonoras, verdadeiros territórios para os ouvintes.

Desfrutar dessas experiências exige uma escuta atenta e silenciosa. Para que a energia transportada por essas ondas sonoras possam reverberar em cada ouvinte. E permitir que a “mágica” se faça.