Seminário Encontros Água!nabara: Território Urca – MESA 5: Entre a Montanha e o Mar: a paisagem cultural e urbana
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MESA 5, Dia 16: Da montanha ao mar: a paisagem cultural urbana
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Release do Dia
Um equívoco forjou a identidade da cidade do Rio de Janeiro. Sua grande água que funcionou como porta de entrada para conquistadores e seus futuros fundadores, em um dia do mês de Janeiro, não era rio, mas uma baía. Que de tão grande, deveria ter sido confundida com um mar.
Rio, mar, baía – fato é que a cidade deve às águas sua beleza e seu caos. Quem chegou, não satisfeito com o que encontrou, destruiu morros e fez aterros. Aumentar o território habitável era o objetivo.
Os equívocos de ontem reverberam ainda hoje. As águas represadas buscam, a cada oportunidade trazida pelas chuvas, sua liberdade. E a cidade finge que ainda se surpreende a cada enchente que enfrenta.
O Rio que é uma baía, teve seu entorno ocupado, tendo as montanhas como testemunha. Entre a Montanha e o Mar, a paisagem cultural e urbana do Rio de Janeiro falou mais alto e impôs sua beleza reconhecida como Patrimônio Mundial.
Uma beleza rara, que ilude. Porque muito do que parece ser natural foi, na verdade, construído.
Porém, o Rio de Janeiro também carrega a energia do impetuoso Glauco.
Vários Glaucos mergulham a todo momento nas suas águas, movidos pela eterna curiosidade. E voltam para a superfície transformados pela imortalidade do conhecimento. Que se renova a cada mergulho.
É possível reconhecer Glaucos em pessoas como a professora Ilana Strozenberg; no engenheiro especialista em hidrologia, Paulo Canedo de Magalhães; no arquiteto e urbanista Pedro Rivera; na artista e pesquisadora Walmeri Ribeiro e na apaixonada por gente, cultura e comida Vera Saboya.
Dentre as várias imagens já associadas à Baía de Guanabara, já teve quem a visse como um coração único para as dezenas de comunidades do seu entorno. Se assim é, nesse ser, suas diferentes águas funcionam, então, como seu sangue e as montanhas, os pulmões. Cabe aos Glaucos emprestarem olhos e ouvidos para decifrar esse corpo vivo, que se renova a cada dia, mas que muitos juram que está agonizando, como um equívoco kármico.